Serenidade

Sensibilidade...

27 maio 2006

Incerteza

O futuro será decidido brevemente.
A ansiedade começa a fazer-se notar.
Todos acham que estou muito serena e confiante. Mas não se recordam que o nervosismo também se reflecte através do riso e dos disparates que saem sem se reflectir no que se diz.
Esta profissão tem isto de ingrato: a incerteza do futuro. Para onde irei no próximo ano lectivo? Estarei a viver em casa? Ou terei que procurar lugar para morar? Estarei perto da família ou terei que os ver apenas, e se possível, aos fins-de-semana?
Esta incerteza torna-se num monstro quando adoramos o local onde trabalhamos, em todos os níveis, pessoal docente, não docente e acima de tudo alunos.
Nesta altura de decisão é precisamente a altura do ano em que a afinidade com os alunos aumenta, o à vontade do final do ano começa a reflectir-se dia após dia e… depois… vem uns fulanos quaisquer e diz “para tirar o cavalinho da chuva porque no próximo ano vai estar onde Judas perdeu as botas”!!! (força da expressão peço desculpa aos mais susceptíveis).
No entanto….. algo me diz que não vou estar muito longe… para não dizer exactamente no mesmo local.
Há aqueles que dizem que sou demasiado optimista, para ter cuidado que depois o “tombo” – decepção, será maior, mas…. é o que sinto. Há também aqueles que me perguntam se tenho factor “C” no ministério!!! Eu, a brincar, digo que tenho um contrato com alguém muito acima do ministério, com o de lá de cima, com aquele que nos envolve a todos e nos protege a todos basta estarmos receptivos a isso!!
Seja lá o que vier, será o que mereço e o que atraí para mim.

23 maio 2006

O que é preciso entender?

O que é que é preciso entender?
Todo o Homem necessita de entender muita coisa ao longo da sua vida.
Uma dessas coisas é como funciona o equilíbrio.
Em primeira instância para se manter em pé e começar a dar os primeiros passos; anos mais tarde, para andar numa bicicleta de duas rodas e não num triciclo; muitos mais se passam e o equilíbrio é fundamental na gestão das finanças. Mas num aspecto o equilíbrio é fundamental e nunca se aprende definitivamente, está sempre em constante aprendizagem, mudança e evolução, é nas relações interpessoais. Neste aspecto o Homem sabe tudo e não sabe nada. Nasce sendo uma espécie sociável, o que poderia pressupor que nos seus genes se encontraria toda a informação necessária para estabelecer relações interpessoais efectivamente válidas, consistentes e permanentes. Mas o que constata é que, realmente ele nasce sendo um ser sociável mas que necessita de uma permanente readaptação. Quer porque se tratam de pessoas diferentes ou porque o ambiente é diferente ou até porque se viveu e como tal se aprendeu…
O equilíbrio é uma desses aspectos, mas poderia citar igualmente a mudança. Esta é permanente e se repararmos caminha lado a lado com equilíbrio. A seguir a uma mudança logo se tende para um equilíbrio, que logo nos impele para uma nova mudança, ufa… que cansativa e interessante é a vida.
Nesta reflexão hoje fico por aqui, sem esquecer de relembrar que na vida, na mudança que tende para um equilíbrio e num equilíbrio que impele uma mudança, está sempre presente a procura para do, ou o estar em, Amor (connosco, com os outros, com o Universo).

18 maio 2006

Desprotegida!

Frágil, desprotegida, triste, sem forças… é que assim que ela se encontra.
A vida, que é amor, tornou-se em algo ilusório; algo distante, e inacessível.
Ela tem consciência que consegue lá chegar: chegar ao sentimento de segurança, de protecção, de alegria constante, de sentir força para superar tudo (porque lá bem no fundo sabe que a tem), para enfrentar todos os desafios da vida.
Mas é mesmo isso!
Ela nunca tinha pensado nisto!
São os desafios da vida que a assustam!
E, quando surge algo diferente, bom ou menos bom, ela estremece, os alicerces que ela construiu pensando em determinadas circunstâncias estremecem. Ela pensava que seria tudo muito linear, mas… muitas das vezes é ela que cria as circunstancias que considera desagradáveis. Será que ela realmente acha-se digna de ter tudo o que quer. Já lhe coloquei esta questão, mas ela foge sempre dizendo que sim, sem olhar para o seu interior antes de responder.
Quer mudar, gostava que se efectuassem mudanças, mas teme que as mudanças tragam outras fragilidades, outras circunstâncias que abanem os seus frágeis alicerces.
Mas porquê!!!
Se os alicerces já são frágeis, então que desmoronem de uma vez e depois começa de novo, uma construção mais sólida, mais confiante e, como já teve várias experiências os alicerces devem ser um pouco mais resistentes.
Acho eu, e espero que ela também o saiba.

17 maio 2006

A menina e a avó

Vou contar uma história. Apetece-me.
Era uma vez uma menina que viva com a sua avó e seus pais numa casa muito humilde e em más condições habitacionais, tal como as restantes daquela “ilha”, tal como se chamava e ainda se chama.
Esta “ilha” era constituída por seis casas, logo seis famílias. Seis famílias que eram uma só. Todos se ajudavam mutuamente, sentiam o sofrimento uns dos outros mas também as alegrias.
Citando um exemplo de ambos:
Quando alguém estava doente e tinha que passar a noite no hospital as outras famílias cuidavam dos mais pequenos.
As datas festivas, estas, eram passadas num convívio simples, mas alegre. Por exemplo, no Carnaval o pátio era enfeitado com serpentinas, os miúdos pintavam-se, arranjavam roupas velhas para transformarem em qualquer coisa engraçada e dançavam ao som da música. Enquanto os graúdos assistiam e colaboravam sempre que os miúdos insistiam e os empurravam para o meio para também eles brincarem como se de crianças se tratassem. Citei o Carnaval, mas poderia também dar-vos exemplos de Passagens de ano, aniversários, comunhões, etc.
Mas voltando à menina.
Ela cresceu, sem irmãos biológicos, mas tendo muitos irmãos de coração (especialmente 4 irmãs, que considerava e considera como suas e elas igualmente!), uma vez que na “ilha” haviam muitas crianças com idades aproximadas, talvez a mais velha da mais nova existisse uma diferença de dez anos, eram 6 raparigas e 1 rapaz, contando com uma outra família mais adiante, mas igualmente pertencente a esta grande família, eram mais 8 rapazes e 2 raparigas.
Talvez um dia conte as variadíssimas aventuras que estas crianças tinham, que podem crer, são muitas. Humildes crianças, mas divertiam-se tanto… com tão pouco!
Até aos seus quinze anos essa menina, agora adolescente, viveu nessa ilha. Depois… foi viver para uma casa nova. Sua avó não quis ir. Quis ficar “na sua casinha” tal como dizia, com más condições, por exemplo de Inverno chovia em alguns sítios, era necessário colocar um plástico no telhado caso contrário mais chuva caía dentro, não tinha casa de banho, mas era a sua casinha. Onde tinha vivido com o seu marido, onde este tinha falecido, onde tinha tido o parto da sua filha mais nova (mãe da menina), onde viu os seus cinco filhos crescerem e casarem, etc.
Mas a menina, apesar de ter mudado de casa, continuava a estar sempre lá. Digamos que na casa nova apenas dormia. Almoçava na sua antiga casa, depois casa da avó, passava lá a manhã, a tarde e só ia para casa à noite. Nos fins-de-semana era a mesma coisa. Até porque estavam lá todos os seus amigos e … a sua avó.
Os anos iam passando e ela começava a sentir o “peso” da responsabilidade do 12º ano, ano decisivo para entrar num novo percurso, o da faculdade, que tanto queria, tal como seus pais e avó. Começou a afastar-se um pouco da “ilha” e seus amigos, “tinha que estudar” dizia. E… conseguiu o que ansiava, entrou na faculdade e… voltou a ser frequentadora assídua da “ilha” e, como tal, da casa da avó. Mas, foi um ano em que ela foi um pouco abaixo, como adolescente que era, nesse ano também vivenciou uma pequena desilusão amorosa (coisas de adolescente mas que para ela, nessa altura, foi muito significativo).
Nesse verão também começou a tirar a carta de condução. Sua avó, já com uma certa dificuldade em conciliar as suas ideias e raciocínio, pedia-lhe para quando ela tirasse a carta fosse com ela a Lisboa porque, dizia “ O apresentador da televisão ofereceu-me dinheiro, por isso vais lá comigo buscá-lo que eu pago-te a gasolina”. A menina para não desapontá-la, dizia que sim, que qualquer dia iria com ela lá!!
Em Outubro desse ano a menina tirou a carta e a sua avó sentia-se duplamente orgulhosa da sua única neta (tinha vários netos, mas neta era a única), estava na faculdade e tirou a carta de condução.
Novembro chegou e… com ele uma situação muito triste e imprevisível. A avó foi de viagem, sem a neta, mas não se esqueceu de se despedir dela, não lhe dizendo nada para não a desapontar. No dia anterior passaram o dia juntas, a menina fez todas as vontades da sua avó. A menina ainda se lembra de tudo o que fez e do que deu à sua avó para comer (o que ela gostava muito claro, até lhe deu na boca como se de um bebé se tratasse) nesse dia. Ao fim da tarde quando se despediram, sua avó deu-lhe um abraço muito forte e pediu-lhe para voltar no dia seguinte, a menina (agora jovem adulta), ainda hesitou mas depois, perante olhar tão meigo e doce, não conseguiu negar. O dia seguinte chegou, a menina foi à “ilha” mas, mesmo antes de lá chegar ficou a saber da viagem… a menina quase iniciou também ela uma viagem, nunca se tinha sentido assim!
A sua amiga, companheira, confidente, mãe e filha, mas perante os outros, avó e neta, tinha partido e ela sentiu-se só e frágil como nunca.
A menina também começou uma viagem, nessa altura. Uma viagem de auto destruição (tinha sido um ano de muitas situações que exigiram muito dela). Durante anos acho que a vida nada significava, deixou de ter, fisicamente, quem tanto apoio e conforto lhe dava, como tal … achava que não valia nada e por isso… auto destruí-se sem saber. Esta durou vários anos, mas numa coisa foi sempre firme, no curso que tanto orgulho dava à sua avó. Tirou o curso, nas suas fitas de finalista deixou um espaço para aquela que muito orgulho teria em colocar lá algo (não sabia escrever a sua avó, era a menina que assinava os seus vales da reforma!). E… quando comprou o seu carro, a primeira coisa que pensou foi na sua avó a seu lado a caminho de Lisboa (afinal alguém lhe queria dar algo!), mas também imagina-a a seu lado, a sorrir-lhe, enquanto faz as suas viagens diárias para o seu trabalho.
Hoje em dia a menina, jovem adulta, pensa ainda muito na avó, mas sabe que ela está sempre consigo, no seu coração, para sempre e desde sempre.
Pensando em ti, Maria. Até qualquer dia!

13 maio 2006

"Uma gota do oceano"

Alguma coisa lhe diz que Ela está no bom caminho em direcção ao Seu Norte.
Amanhã irá realizar mais uma parte do seu percurso.
Anseia que esta pequenina parte, que nada é mais que uma pequena gota do oceano, lhe consiga alargar os seus horizontes, permitindo que a sua bússola interna se oriente de uma forma mais eficaz e perceptível em direcção ao Seu Norte! Mas está consciente que essa gota de nada servirá se não a trabalhar. Se não alimentar essa gota colocando outras perto da inicial, que já não é a primeira, apenas mais uma. Mas uma que lhe trás novas esperanças, novas percepções!
Bem hajam por A aturarem!!!

"O Seu Norte"

Mais uma semana se passou e… Ela… continua com a sensação de que o tempo passa e… Ela … sem saber como nem porquê deixa-se levar por ele, não sente o tempo passar e ao mesmo tempo sente que o tempo passa e Ela nada faz, apesar das muitas e variadas tarefas realizadas.
Por mais trabalho que tenha em mãos não gosta de deixar de fazer, ou deixar para outrem, serviço que lhe é e era destinado.
Depois… no fim, apesar do cansaço, sente-se realizada. Mas… no durante, desespera. Nesta última azáfama de serviço (normal, adicional e alguns mais imprevisto) deu por si com sensações nunca antes sentidas, apesar de já ter passado por situações semelhantes! Deu por si com um nervosismo nunca antes sentido de uma forma tão intensa e, com manifestações físicas do mesmo, igualmente nunca antes sentidas.
Pode-se dizer que sentiu como que uma tempestade a pairar apenas sobre si. Uma tempestade que pelo meio teve momentos de acalmia… de lazer, se não fossem estes escassos momentos, a tempestade derrubava-a por completo, certamente.
Mas …a tempestade está a passar!
O azul do céu já é avistado ao longe!
No entanto… a sensação que o tempo passou e que não o viveu convenientemente continua.
Ela sente-se desorientada.
Não sabe ao certo onde está o Seu Norte.
Ou será que sabe?!
Mas se o sabe, tem a percepção que quer seguir esse caminho em direcção ao Seu Norte, mas não sabe como. Sente que já iniciou o caminho, mas… este ainda é tão desconhecido e … solitário! Sente que ainda falta encontrar as pessoas certas (mas sabe que isso acontecerá no momento certo) para que a direcção ao Norte não seja tão incerto, tão pouco definido, sem direcção.
Ela sente que anda à roda! Anda, anda e anda e volta sempre ao mesmo ponto!
Porquê?! Se Ela tem tanta ânsia de viver e de cada vez mais ter a direcção um pouco mais definida.
Não anseia chegar ao seu Norte rapidamente, deseja sim orientar-se em direcção a Ele!

07 maio 2006

Amigos!


O dia inicia-se, após uma noite de descanso bem merecida!!
Ainda sonolenta propõe-se a fazer o que tinha para fazer pela manhã. E nessa tarefa o seu pressentimento foi confirmado. Nada feito! Nada resolvido!! Tempo desperdiçado!
À tarde ajuda-se quem precisa, afinal de contas há que dar todo o apoio a quem precisa e lhe é tão querido!
E… chega a noite. Ela está estoirada de cansaço, não só por esse dia mas pela acumulação do cansaço dos dias anteriores.
Mas… faz o que quer, continua a fazer o que tem a fazer, apesar do seu corpo teimar em contradizê-la.
Inicia a viagem e durante o percurso sente o corpo cada vez mais pesado, cansado e… os olhos a querer fechar. Tenta nem pestanejar, afinal vai a conduzir e o fechá-los iria fazer com que milésimos de segundo não chegassem para satisfazer a vontade dos seus olhos.
Chega ao destino e… depara-se com a boa disposição contagiante de seus amigos. E… esquece por completo que está cansada, que já realizou muitas e diversas tarefas nesse dia, que o seu corpo já lhe tinha pedido descanso. No meio de tão agradável jantar dá por si a olhá-los de fora! e a pensar que ali não estão amigos, mas muito mais que isso, uma autêntica família. Mas uma família verdadeira, não fragmentada e discordante como, infelizmente, se ouve tanto falar. Eram adultos e crianças! Numa agradável mistura de humor e seriedade (escassa) que embala todas as nossas conversas e brincadeiras.
De regresso a casa, para seu tão pretendido descanso, dá por si sem cansaço. A viagem, essa, foi feita maravilhosamente bem. Os olhos, esses continuaram a querer fechar, mas para sonhar relembrando momentos tão agradáveis vivênciados no seio daqueles que se conhecem desde sempre!!

Tempo!!

O tempo escasseia!
Surgem imprevisto quando julgávamos ter tempo para a realização de determinadas tarefas previamente estipuladas.
E… numa semana, que se esperava calma, passa-se a ter que contabilizar os segundos das vinte e quatro horas que tem um dia!
Não querendo delegar as tarefas habituais, mas menos importantes no momento, para outrem, começa-se a andar de um lado para outro, fazer esta e aquela tarefa, este e aquele trabalho e… até fazendo actividades lúdicas que não se quer de forma alguma deixar de lado, afinal são fundamentais para a saúde mental e, consequentemente física!
Na ausência de tanta azáfama, muitas vezes desleixamo-nos e, não tendo vontade de realizar determinadas tarefas, diz-se que não temos tempo, que andamos muito ocupados!!
Mas… reparamos que com muitas actividades e tarefas, obrigatórias ou não, é quando temos mais tempo para tudo e mais alguma coisa, até para aquilo que dizemos que estamos sem tempo e por isso desleixamo-nos. No meu caso era escrever, neste espaço!
Devemos aproveitar todos os minutos como se fossem os últimos em tudo na vida, como se tivéssemos sempre prazos para cumprir.
Só desta forma vivemos!
Só desta forma não deixamos de viver.
Só desta forma não deixamos que a vida passe por nós.
Só desta forma passamos pela vida.

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