Serenidade

Sensibilidade...

31 janeiro 2007

Meu Nome...

(Meu nome em árabe)
Meu nome escrevi na areia.
O oceano o roubou!
Levou-o para longe…
... de mim ...
... para se encontrar em mim
que de mim saí
para me encontrar
fora do que de mim existe
e … os olhos não vêm,
… o coração não sente,
… a alma não encontra,
… o corpo desnorteia.
Lancei meu nome no vento!
Viajou por todos os cantos,
viu o encanto que de mim sai,
sem ver que seu feitiço
me dilacera …
pela descrença da robustez.
Meu nome branqueei na água salgada!
Removi o fascínio do futuro
a ilusão e contradições,
de sonhos transmutados
em realidade dilacerada.
Meu nome está aqui,
sou eu, assim como sou,
não sendo nunca o que sou,
para ser o que tenho de ser!

29 janeiro 2007

... minha melodia...


Há muito não te procuro
há muito não te vejo
mas em mim te encontras
em ti me sinto e prevejo.

Trazes-me serenidade
paz, momentos de harmonia,
em ti deixo o pranto
nos dias de agonia.

Tuas lágrimas… doces e salgadas
beijam pedaços de mim
feitos em areia se transmutam
e exultam em frenesim.

A ti segredo os desejos
da minha alma enclausurada
que sobe em tua procura
e desce amargurada.

Contigo danço a dança
da liberdade e da clausura
sempre juntos e envolvidos
omitimos o fim … a procura.

A ti procurarei, mais cedo que imaginas
já não aguento tua ausência
minha distância forçada…
… és tu minha harmonia.

Bailo a dança do encontro
envolta em tua energia
mesclas de emoções
e tu… minha melodia.

27 janeiro 2007

Silêncio...


Do silêncio ausento-me
para não me encontrar
abalo o sentimento
sem o averiguar.

Sem palavras encontro
no lado esquerdo do sentir
o significado do silêncio …
é vê-lo a sorrir…

Na arte do silêncio
te encontro e te deixo
envolto, enlaçado,
no meu sentir um desleixo.

Sem palavras … com clamor
te digo sem proferir
no silêncio se faz o eco
do que é o meu sentir.

As palavras silenciadas
reveladas no semblante
são o sofrer reprimido
e deveras confiante.

Do silêncio se faz a voz
da mais profunda comunhão
entre a voz da ilusão,
e o grito do coração.

No silêncio adormeço
com tua voz silenciada
no meu rosto o sopro
da maresia abençoada.

25 janeiro 2007

Colorindo a tela da vida...


Com meu fado te cruzaste
e tão bem te aconchegou
a porta desobstruiu
as janelas desfechou.

Contemplando teu sorrir
o meu faz iluminar
tal o de uma criança
no seu mundo a brincar.

A tela abrilhantamos
com o
colorido sentir
lembram um arco-íris
mil tons a descobrir.

O amor em forma de poesia
a fortuna nos faz viver
assim como o júbilo
de em ti renascer.

Tal a minha exultação
sentir teu carinho
as notas soam harmoniosas
da pauta ecoam certinho.

Que encantadora visita
fizeste no meu cantinho
assim quis o destino
que te guiou rapidinho.

23 janeiro 2007

Confundindo o que confuso é


Tanto poderia ter feito
se não andasse a divagar
neste mundo imperfeito
que quero sempre explicar…
O que não tem compreensão
o que tudo tem clareza
só meus olhos não vêem
toda esta minha pobreza…
Presa aos ínfimos resquícios
do passado que já era
vou divagando não encontrando
o que em mim está e reflorescera…
Vejo o que meus cegos olhos omitem
que tão doloroso me parece
faço o que meus braços praticam
sem meu querer e … enfurece…
Guerreio contra mim para ti
o que em mim está apagado
tu fazes luz em meu ser
com o meu luzir embaciado…
E por tudo o que passa e provirá
sentindo o mundo a reflorescer
volto a mim para em ti me encontrar
e exultando … enlouquecer…
O que já de si é louco
o cosmos em expansão
a confusão no Homem sentir
a serenidade em exaltação…
O que já de si é confuso
mais intenso quer continuar
mas para quê contornar
o que a alma está a contemplar?
Um ser em evolução
dois seres em união
um fado, celeste, pretendido
o Amor … que confusão!

21 janeiro 2007

Flor a um Anjo!


A saudade ou… dor da solidão
arrastou-me por um trilho incógnito,
sem destino delineado ou planeado!
Fui ao seu encontro…
me conduziu até lá,
tal fantoche… inconsciente!
Com uma flor na mão,
outra flor contemplei,
lá cheguei, sentei e chorei
tendo-te ao meu lado … apreciei!
Seus olhos sopraram uma suave brisa
minhas lágrimas … evaporaram…
dissiparam-se com o seu calor!
O coração serenou e retirou…
a dor do desencanto da partida
que sua ausência um dia acarretou!
Me fez sorrir de alento
e, pensando em Ti recordei,
que o fruto mais formoso desta senda
virá em forma de anjo encetado
e por mim ser … criatura acarinhada!
Com esse mirar viverei
para além do que já o observei!
Com paixão meu coração explodirá,
de alegria por o ter comigo,
maravilhada do anjo de mim,
do olhar que já tinha saudade,
e do abraço dado até meu fim!
E quando o corpo já não aguentar
será a minha vez de partir
com a certeza de missão cumprida
e alegria incontida de a ver sorrir.
Irei ao teu encontro
e juntos contemplaremos
o rebento de um reencontro
ansiado … suplicado … almejado…
Anjo ontem … de agora e … de outrora…

20 janeiro 2007

Um Prado e Dois Corações


A tempestade ronda o verde prado
paira sobre a vitalidade da vegetação
observa tão grande pranto
e esvai-se em contemplação.

O sol irradia seus brilhantes clarões
luz branca rejuvenesce a podridão
os corações tolhidos ficam embriagados
preenchendo o vazio em dissolução.

A neblina que se fazia sentir
levanta com a alvorada
tal as aves encetando
uma nova jornada.

Os corações apreciam o calor cintilante
de uma lua intrigante e complacente
que as hastes de feno atravessa
felicitando um amor clemente.

Corre sem parar no verde campo
sentindo a exuberância e o calor
o seu ser extasiado cai
delegando na terra pesarosa dor.

Circula o riacho lá ao longe
de margens definidas, acidentadas,
tal as formas de seu cárcere,
de orlas amargas cinzeladas.

Cúmplice do amor de outrora
continua seu curso sem rumor
apregoando a todos os seres
o esplendor de tão grande amor.

Vê-se por entre o verde prado
dois corações com tão grande amor
e, ao longe, na cisão corpórea
o negrume de tamanha dor.

E se nada mais existisse,
se não o prado e a afeição,
tudo seria exemplar e repleto
de um amor em perfeição.

18 janeiro 2007

Estou disposta a...


Quero ser flor,
com sua beleza e perfume ser amada,
e nunca desprezada!
Quero ser sol,
espelhar luz a todos que comigo se cruzem,
ser centelha para aqueles que se entristecem!
Quero ser lua … estrela…
teus e meus caminhos sombrios abrilhantar,
e assim diminuir o pesar!
Quero ser castelo … fortaleza…
muralha forte … tudo conseguir e suportar …
mesmo que o exército inimigo me queira aniquilar!
Quero ser anjo,
neste mundo não mais permanecer
e com todos… lá… conviver!
Quero ser árvore… pinheiro manso…
forte como só ele consegue ser
dar frutos sadios e saborosos,
e a tempestade vencer!
Quero ser animal selvagem,
viver livre … de … mim
entre iguais conviver
sem precisar de combater!
Quero ser chuva,
gotas mel e fel deixar cair
sem ninguém averiguar,
o que de mim está a deslizar!
Quero ser cavaleiro de armadura robusta,
cavalgar, corajosa, sem limites
o meu inimigo… Eu… vencer
e no fim me convencer!
Sou tudo e nada sou…
Só …
… quero ter força…
para suportar e vencer.
Mas… o que tenho de aprender?

17 janeiro 2007

Desistir... Nunca!


O Inverno continua na relutância de se ir…
Olhos pesados …cansados… extasiados.
Olhar moribundo de quem nada tem,
contemplam a serenidade de uma existência incógnita!
Vagueia por entre ruas despidas de vida, tal a rudeza da estação!
Na vanguarda de dias repletos e enriquecidos.
Repleta de dores… de sentires… incompreendidos.
Posiciona-se face ao tempo que sem permissão estagna e acelera
que corre enfurecido como a força de um leão,
estanca como uma lagoa em que tudo parece igual …
em que cada dia é diferente, nunca par!
Repetições amargas, aparentemente deliciosas!
Assolam o desenrolar de um conto de encantar!
Olhos penosos, meditam no ser que seu ser se tornou,
ainda que sempre o fosse sem que nunca tenha sido!
Volta a olhar e vê o que a cegueira observa sem querer enxergar!
Está a crescer … muito tem para dar!
Não é… nunca foi … é ninguém no meio da multidão.
Uma fortaleza de fragilidade incompreendida!
Uma sensibilidade de dor incontida!
Amor muito para se dar, mesmo que não o queira agarrar!
… a Primavera está quase a chegar…
Desistir? Nunca…
Será sempre a andar…
com a Esperança a brilhar!

15 janeiro 2007

Fusão dos seres...


Cosmos em expansão …
Planetas rodam … rodam … rodam
Movimento de translação, movimento de rotação
Move o Universo e tudo nele
Gira a Terra e todos os seres
Roda o globo com a lua
Sobem e descem as marés
Movimentam-se os fluidos, mares, rios e riachos
Transformam-se as matérias orgânicas que se alimentam e alimentam a vida
A energia transfere-se de ser em ser
A vida gira … gira… gira…
Umas vezes harmoniosa
Outras de forma tresloucada.
Serena ou apressada,
Roda… roda… roda… a vida
Ciclos de vivências
Reprimidas… sentidas
Roda … gira… volta…
E lá estás tu …
A girar… rodar… na tua vida
Interceptando-se nossos ciclos
Acabando por se fundir.

13 janeiro 2007

Lá está ela ... por trás da bruma!


Galgo a bruma de um caminho conhecido,
derrubo-a com passo apressado,
sem pressa de lá chegar e...
lá a vejo … a cintilar!
Domino a névoa do trilho escorregadio,
que com o galgar se torna certo
passo apressado e agastado
de quando já se é ousado!
Veloz a neblina estilhaço
com as armas secretas de quem pouco ou nada tem
apenas um coração amargurado
repleto de calor e amor demasiado!
Galgo a bruma de uma vereda enigmática,
com a força de um cavaleiro arrojado,
que com bravia supera a contenda
com coração meigo e amedrontado!
Transponho a sombra agastada.
Lá, onde sempre me aguarda, estava ela, olhava-me e acarinhava-me
como sempre, me iluminava e ilumina,
para sempre a contemplarei enternecida!

11 janeiro 2007

Chove!


Chovem … gotas de água doce, lágrimas do céu.
Caem sobre terra fértil … que o foi!
Agastada por colheitas destemidas,
desvanecida pelo zelo pretendido,
emudecida pelo esforço desmesurado.
Caem … doces gotas de água salgada,
adocicadas pelo sentir,
suavizadas pelo alento,
ameigadas pela ternura!
Caem … afligidas gotas de fluidos curados,
incomodadas pelas repetições sem sentido
amarguradas pelo não querer,
angustiadas pela não decifração!
Saltitando aqui e ali...
Caem e descem pelo vale tortuoso
Chegam à foz com esperança renovada,
que num amanhã voltem a cair...
de doce louvor, ternura e ventura
de um não voltar a serem a amargura!

Sorriso


Sorriso…
… de quando se era criança!
… da criança reflectida em nós!
… da criança que está em nós!
… terno de compaixão!
… intrigado … espantado…
… choroso de alegria reprimida e desejada…
… de satisfação … de contemplação…
… com lágrimas doces de amor!
… forçado … não se sabendo sorrir?!
… de vidas que já não o são!
… de sonhos … ilusões…
… cansado…
… do velho sugando os últimos momentos de existência!
… irreverente…
… do jovem que se propõe a ultrapassar os obstáculos!
… amargo … enfadado…
… penoso por não se ter sorrido!
… emudecido … apagado… agastado …
… solto, que embate na parede e retoma até nossa face!
… luminoso … cintilante … resplandecente…
… que reflecte a alma!
… sonoro … estridente… melodioso…
… tal qual melodia que acaricia!
… penetrante … inebriante…
… de flor que não murcha… é alimentada …
… verdadeiro de Ti … de Mim … de Nós…
… da criança que fomos e que está dentro de nós …que alimentar o nosso jardim …
…é o alimento que está em Ti e em Mim…

10 janeiro 2007

Sentidos


Sinto-te, falo-te, mas … não te vejo!
Que importa?
Sei que aí estás!
Lado a lado seguiremos,
caminharemos e construiremos nosso percurso,
da vida ansiada e… planeada…
No âmago da minha existência estarás Tu!
Nas deambulações da Tua estarei Eu!
Caminhando …
… pelos prados verdes resplandecentes,
… pelos cursos tortuosos dos rios,
… nas ruelas de passagem de reis e senhores nobres,
… nas avenidas atafulhadas de transito e poluição,
… na praia sorvendo a suave maresia…
estaremos lado a lado,
meus cinco sentidos alerta
para te poder acarinhar e contemplar.
Meus olhos cegos e arregalados vêem-te!
Sinto o toque mesmo quando não estás!
Ouço a tua suave voz que vem muito para além do murmúrio das ondas!
Cheiro o perfume inconfundível que imanas, qual aroma a alfazema!
Saboreio o prazer de te ter aqui mesmo sabendo que estás ali!

09 janeiro 2007

Harmoniosa Como as Rosas

Bela, com suas formas amistosas,
perfume inebriante
cores resplandecentes,
Mas…
os espinhos,
seu semblante negro!
Na rosa, relevamos este aspecto,
limitamo-nos contemplar a sua beleza intrínseca.

O que acham de o fazermos a nós próprios?

Porquê dar tanta importância a aspectos menos bons da nossa aparência, do nosso dia, do outro, de quem está ao nosso lado, de quem cruza connosco na azáfama da vida, de quem deveria cruzar, de quem nunca cruzou, do estado económico pessoal e global, das catástrofes naturais ou artificiais, da humanidade e até da morte?
É difícil! Mas... se aconteceu é porque tinha de acontecer...
E se contemplássemos os pequenos (ou grandes) aspectos positivos?
E se procurássemos viver bem, em harmonia, tal como a Natureza?
E se cada um de nós procurasse viver bem consigo próprio e, desta forma, tudo à sua volta terá tendência a harmonizar-se?!

07 janeiro 2007

LUZ! ... ESCURIDÃO!


Entre a luz e a escuridão existe uma imensidão de espaço
passível de ser preenchido…

Na impossibilidade de vivermos constantemente na luz, viver o Nirvana (apenas grandes mestres o conseguem) e como seres a vivenciar a dualidade (um dos grandes desafios do ser Humano) resta-nos escolher a posição na qual nos desejamos posicionar e…
... viver da melhor forma a nossa existência!

06 janeiro 2007

DOCE BEIJO


Lua…grande, linda, misteriosa e mentirosa…
Lua cheia de … enigmática sabedoria
Lua branca de … pureza reprimida,
Melancolia de um secretismo inexplicável!
Ofuscada pelo afastamento do… da…
tirania de um universo indecifrável,
quão o é a sua luminosidade escondida
na penumbra da nova e remanescente estadia!
Chovem gotículas de pranto
Ausência do seu lado radioso
Que vagueia no outro lado do planeta
Cedendo-se … aguardando…
… o encontro…
… almejado … pretendido … deliberado!
Cosmos condescendente,
o permitirá.
Tal qual o beijar doce no meu rosto,
da sua chuva de centelhas,
que do céu se vislumbram
até mim te norteiam
até ti me guiam.

05 janeiro 2007

Místico...


Arvore de ramos fortes e saudáveis…
… teus braços?
Raízes profundas afirmam sua presença,
numa … floresta por vezes frívola… sequiosa de amor!
outras… sedutora e mística… proferindo seu louvor!
Sons… murmúrios de alucinações!
Ode ao vento … que lhe leva a realização!
Obra divina… os opostos das almas!
Palavras vãs, quentes, armadas de…
súplicas de oprimidas manifestações,
devaneios repletos de ilusões,
insanidade de uma mente sã,
profundas quanto as raízes,
que te penetram
sem que atestes.
Vivências…
… e…
esquece
que …
a arvore de raízes sólidas
dará frutos sadios,
tal o bem-querer,
o… Amor.

03 janeiro 2007

AUSÊNCIA SENTIDA!


Caem gotículas de água salgada…
as ondas rebentam revoltadas com a tua distância e…
a minha solidão…
Tombam…
sobre minha pele branca, gélida …
… na ausência do teu cálido imenso amor.
O céu chora…
tristeza e indignação!
A separação dos amantes
entristece o Universo que se compadece,
alimentando o solo com a linfa que imana do seu ser!
Sol e Lua separados pela distância!
Terra e céu que se tocam sem se unificarem!
Mar e terra que se beijam intensamente,
na tentativa de apaziguar a dor da diferença,
impeditiva da concretização de um grande Amor.
Ah Terra, serena estás, esperando o dia…
todos se glorificarão e resignarão a tão grande Amor!
Eu te espero…
dia e noite não farão sentido,
o tempo esvair-se-á,
nossos seres se Unificarão,
realizarão os anseios …
reprimidos de décadas e décadas de delonga!

01 janeiro 2007

Primeiro de 2007


Que a LUZ vos ILUMINE em MAIS UM ANO das vossas VIDAS.
ANDAREI por AQUI, ALÍ e ACOLÁ!
PROCUREM e ENCONTREM a...
... SERENIDADE!

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