Tropeço e caio
no abismo da loucura,
onde a ilusão permanece
e a realidade escurece.
Corro encurralada,
na prisão dos sentidos,
das sentenças não proferidas,
de um coração espavorido.
Acorrentada nas acções,
repetições flagelantes,
actos de um negro gritante,
na luz irradiada a cada instante.
Sacio a fome incompreendida,
da procura do bom sentir,
permanecendo, sem ir,
ao encontro de o já possuir.
Ávida na indagação
esqueço o viver,
que passa sem meu parecer,
analisando o são conviver.
Tropeço e caio,
no que vivo sem viver,
na ilusão da serenidade conquistar,
sem me permitir declarar.
Minha é a cegueira,
de me facultarem perene harmonia,
se não permito que meu rosto sorria,
na luz que, dia-a-dia, me envolve, luzidia.