Nada é por acaso
germinaram pós tempos no seu ninho,
pé ante pé pretenderam atingir o céu,
esqueceram que a Torre de Babel desapareceu.
Nas invernias germinaram,
pelas tempestades passaram.
Algures no tempo, quase desfaleceram,
a vida esvaziou-se da luz, que esqueceram.
Nas veredas de uma calçada magoada,
olharam o horizonte com visão extasiada,
cruzaram-se os passos de vidas perdidas,
olharam-se passados de sendas vadias,
avistaram-se projectos há muito sonhados,
traçaram-se linhas com novelos enleados,
O gérmen começou a apontar o destino,
encetando as veredas de um novel caminho,
mãos dadas nos desequilíbrios que aportam,
olhos enublados e fortalecidos acordam,
visualizam o risonho das paredes do seu lar,
na presença da grandiosidade colossal do amar,
compactuam na qualidade do rumo serpenteado,
que os direcciona ao leito muito amado,
qual rio que esfaimado corre acelerado,
repousando no mar, finalmente, aconchegado.
É ver os frutos espantosamente avultarem,
pelo mais sublime mantimento, por se amarem.