Serenidade

Sensibilidade...

27 julho 2008

Abdiquei da dor


(Foto de Serenidade)


Cresceu de uma forma colossal,
mente activa o permitiu,
o observador, que me tornei,
a tentava controlar,
após tentativas infrutuosas,
deixei-a apenas se manifestar.
Tal como me incendiou,
se apagou.
A dor adormeceu por momentos,
ainda a sinto, mas, já passou.

25 julho 2008

Contemplação


(Foto de Serenidade)



Espectadora dos meus actos quero ser,
na inacção relaxada,
de uma observadora activa,
consciente da inconsciência dos actos.
Contemplativa!
E, no amanhã,
que não importa hoje,
estar consciente, sem inconsciência em mim,
apaziguar a mente,
permitir o poder interno se manifestar,
sem qualquer dificuldade.
Eu, como observadora passiva,
reflectir no activo que sou,
a serenidade do interior,
no exterior sereno que sempre fui.

21 julho 2008

Trilho melodioso

(Foto de Serenidade)



Empenho na árdua labuta requerida,
tratar a arena agreste sem feridas,
caiar o branco listado de preto ou azul,
cumprir as ordens superiores, da direcção Sul.
O alimento da mente é a ambição,
que premeia tal empenho e convicção,
o coração preenchido com a emoção,
do resultado final causar feliz agitação.
E entre a mente e o coração,
o caminho do Ser em evolução,
aliados na senda serena, requerida,
nunca divorciados,
nunca, um pelo outro, dominados.
O segredo será o pensar com o coração?
Será sentir com a razão?
Mas, a mente não sente!
O coração não mente!
O empenho na labuta do dia-a-dia,
permeia quem leva alegria,
deixar sua criança se expressar,
a tudo e todos Amar.




"Se amar a luz, um dia reconhcerá que a escuridão é apenas um aspecto da luz, uma fase em que a luz está em repouso."
Osho

18 julho 2008

Caminhar (in)consciente

(Foto de Serenidade)


O naco de alimento, devora,
insuficiente no saciar da fome,
que de física nada tem,
que a saciedade entretém.
Dói a dor da saciedade,
suportada pelo alimento vil,
dói a dor do arrependimento,
impressão do Ser em farrapos mil.
Actos de um actor inconsciente,
interpretando a senda não desejada,
passos débeis permitidos no não querer,
convertendo-se num Ser mal amado.
Conhecedor da sua inconsciência,
percorre trilhos variados na busca da salvação,
de caminhar de olhos abertos,
consciencioso da sua acção.




"O alimento da alma é o caminhar consciente em todo e qualquer momento."
Carla

17 julho 2008

Labirintos

(Foto de Serenidade)


Voas entre as sebes labirínticas,
caiadas com lágrimas de puro amor,
surgiu do nada, sempre permanecerá,
no teu lado esquerdo, que queima de dor.

Vagueias de mãos dadas com a vida,
da qual te divorciaste, faz tempo,
preso ao querer dar passos firmes, atrás,
apagar todo o sofrimento e contratempos.

Deambulas, qual mendigo pedindo pão,
o alimento para um doce coração,
encurralado entre o ontem e o amanhã,
entre a mágoa e a feliz sentida, emoção.

Planas lado a lado com o amor,
vigias o ninho, teu, com cuidado,
teus olhos de lince são o reflexo,
do teu meigo Ser, tão magoado.

Lança-te nos braços meus, na quietude,
poisa no meu regaço afectuoso, sereno,
que te abraça, qual aurora boreal amena,
sente o calor do meu plácido amor, imenso.



"O coração sabe ao que dar importância. O coração conhece a glória da vida, a alegria imensa da simples existência. O coração é capaz de celebrar sem fazer perguntas. Por isso a mente pensa que o coração é cego. A mente está cheia de dúvidas, o coração está cheio de confiança - são pólos opostos."
Osho

10 julho 2008

Conto vivido

(Foto de Serenidade)


Calco as pedras pisadas pelo tempo,
tropeço nos socalcos do ermo,
na tempestade que aporta com emoção,
na luz, que sorria, num dia de Verão.
Nas pedras, rebenta a água do mar agitado,
os fluidos brotam aprisionados,
ressuscitaram do baú escuro,
germinaram com robustez crua.
Abri a janela, deixei vento e chuva entrar,
inundei a calçada em que desenhei nosso amar,
limpei as impurezas com água salgada,
ressurgiu um novo espaço de paz inundado.
As pedras da calçada sorriram,
Lua e o Sol, meu olhar, iluminaram.
revi a história passada,
recriei as cenas aspiradas.
Revi a beleza do conto passado,
acordada, vivo o sonho desejado.



"Jamais desesperes, mesmo perante as mais sombrias aflições da vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda."
Provérbio Chinês

06 julho 2008

Cais de embarque


(Foto de Serenidade)


Aportas-te no cais sereno,
sentias o vento ameno,
encantaste-te com o som da melodia,
a fragrância que te levava harmonia.
Irrequietas tuas mãos,
procuraram motivo de tal emoção,
pesquisaste quem poderia ser,
o arquitecto que não se dava a conhecer.
Iniciaste a viagem do desconhecido,
de sentimentos, algures, esquecidos,
chegas-te a mim na incerteza e inquietação,
da tristeza na vida, coração destroçado de emoção.
Teu toque inebriou-me,
teu sorriso conquistou-me,
fizeste-me sentir viva,
permitiste-me voltar à vida.

Meu coração sereno andava,
depressa, repleto de paixão ficava.
Bendito o dia do teu embarque,
na viagem que julgava um massacre.
Hoje és minha alegria,
o sentido da minha exaltada harmonia.

"Da solidão surge um grande desejo de estar com alguém. É este o ritmo."
Osho

02 julho 2008

Robusta és!


(Foto de Serenidade)



Tão forte, insuportável, o Amor que não se vê,
sinto-o com colossal intensidade a aparecer.
não o quero para mim, sua robustez é feroz,
dá-me o contrário do que sinto, sua força é atroz.
Olho dentro de mim. Não me reconheço!
Vejo o que rodeia meu envoltório,
com nada me identifico, nem no reconhecido.
Estrangulada com sua força desumana,
sinto-me faminta de tudo e nada me falta,
a não ser os gestos desejados,
evidenciando ser um Ser amado.
Tão forte, insuportável, sufocada com a dor,
por um sentimento que se chama Amor.




"O ser humano não é uma máquina, mas um organismo, e é muito importante reconhecermos a diferença entre eles."
Osho

Free counter and web stats