Serenidade

Sensibilidade...

29 outubro 2010

Verbalizo?


(Foto de Serenidade)


Tenho algo a dizer e não digo.
Não sei o motivo!
Simplesmente, não!
Tenho algo para falar e não sei o que é!
Tenho algo para contar e não sei se assim é!
Tenho algo a dizer e não digo!
Não digo porque não quero,
não falo porque não sei o que espero,
não soletro os vocábulos porque desespero.
Sim, desespero!
Desespero pela agonia sentida,
a laringe que fica carcomida,
o corpo que desanima perante a incongruência das palavras,
que querem sair e não saem, andam baralhadas,
as pronunciadas, vão atropelo pelo caminho empurradas.
Tenho algo a dizer e agora sim, digo,
verbalizo que o que digo são meras letras unidas em vocábulos, sentidos
se assim o quiseres entender então continuo a dizer,
caso contrário, o que poderia dizer ficará por esclarecer!


"A primeira e pior de todas as fraudes é enganar-se a si mesmo. Depois disto, todo o pecado é fácil."
- J. Bailey -
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23 outubro 2010

Galeria da vida

(Foto de Serenidade)

Uma luz começa a ressurgir lentamente,
no final da galeria que arrefeceu intensamente,
Nela encontro a história da minha vida,
em molduras luzidias ou cruelmente escurecidas.
É curioso percorrer todos os corredores,
observar as gravuras nas suas variadas cores,
dissecar o significado que cada uma tem e teve,
até à mais recente, que muito impacto conteve.
Mas a luz é mais importante que a escuridão,
no meu coração só o amor tem razão,
vou pintar com a minha paleta colorida,
um novo quadro que se intui de uma beleza desmedida,
vou convidar o amor para dele fazer parte,
a alegria de viver e a serenidade já são arte!
A galeria ficará mais bela que outrora,
mesmo imbuída de pequenas escurecidas obras.
Mas é assim o corredor da vida.
O importante? Debruçarmo-nos nas de felicidade incontida.
Nas que nos permitem acordar a sorrir,
e que mais um dia seja uma tela a colorir.


"Na verdade, as grandes revoluções e os grandes avanços da humanidade devem-se a gente igual a todos nós - com a única diferença de que tiveram coragem de tomar uma decisão-chave num momento difícil."
- Paulo Coelho -


19 outubro 2010

Batalha


(Foto de Serenidade)


Um exército manteve-se na linha da frente,
enfrentou tudo até os monstros da sua mente.
Finda a batalha física, iminente,
chega a que os atordoa e corrói lentamente.
A guerra não finda ante a contenda,
da traiçoeira mente perversa,
que levou o exército a pensar ter a vitória,
incutindo nos guerreiros uma paz ilusória.
Mais uma vez se volta a guerrear,
na esperança última, da placidez encontrar,
disputa-se a serenidade, a tranquilidade,
uma batalha diária da mente, que constantemente mente,
tentando derrubar o bem mais valioso, a vida vivida plenamente!
"Uma vela nada perde quando, com a sua chama, acende uma outra que está apagada."
(Orison Marden)

13 outubro 2010

...da janela...


(Foto de Serenidade)


Na janela do meu quarto via tudo o que queria,
o Sol, as estrelas e a Lua luzidia.
Sentada no parapeito, de olhos arregalados,
inspirava frequentemente, tal a graça em que estava.
Revivia o meu dia ou pré vivia um amanhã.
Sempre risonha os sonhava. As lágrimas? Uma introdução má.
Lá ao fundo via o brilhante horizonte,
o mar imenso mesmo de fronte,
longínquo, ele se encontrava, como o amanhã jubiloso,
ilusão minha pensar que basta o querer ambicioso.
Na janela do meu quarto, sonhei e viajei
vi paisagens espantosas, ri muito e amei.
Amei sem um ontem, sem um amanhã,
sem medo, nem temores lá, permanecerá,
A subida foi íngreme, mas o custo muito pouco,
para um sentimento tão nobre o tudo é tampouco!
Na janela do meu quarto senti lágrimas a escorrer,
a saudade extravasou num riacho, não pude conter!
Nostalgia da escassez da pureza do amor,
hoje, imbuído de ego é sustento sem sabor.
Observo o horizonte incessantemente na esperança,
que no ponto onde o céu toca a terra, esteja lá a bonança…
"...a maneira mais segura de darmos em doidos é imiscuirmo-nos nos assuntos das outras pessoas e a maneira mais rápida de ficarmos sãos e felizes é tratarmos das nossas próprias vidas." Melody Beattie

11 outubro 2010

Porto de abrigo

Azibo - Macedo de Cavaleiros
(Foto de Serenidade)



O meu porto de abrigo sereno, aconchegante,
que me acolhia diariamente, pós labuta hilariante,
desabou!
Desabou perante uma tempestade alucinante,
onde raios e coriscos foram fulminantes,
palavras e clamores saíram arredios,
tal como monólogos vadios.
Mas sempre há bonança que aporta em qualquer porto,
mesmo que ainda na tempestade esteja absorto,
e, perante a luz que vai irradiando
a serenidade e a reconstrução vão vibrando,
são morosos os passos que se dão,
no sentido de uma sã reconstrução.
A confiança é o alento que nos dá forças a continuar,
viver o dia-a-dia sem um ontem, nem um amanhã e,
simplesmente amar.
"Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver."
Dalai Lama
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07 outubro 2010

Secou a fonte


(Foto de Serenidade)


Momentos de lágrimas, momentos de dor
saboreados sem qualquer sabor.
Um rio que correu apressado,
gotas de água e sal mesclado.
O caos na aparente ordem aportou,
as gotículas correm apressadas no momento que findou,
embatem na pedra dura,
que com o tempo se tornou nua,
despida pela dor infligida,
na angústia, ira e inquietação carcomida,
momentos existiram em que o fluído saltava da fonte,
parecia uma torrencial sem fim no horizonte,
embalava-me ao som da música,
pedia-lhe que me aconchegasse, com súplica.
O rio ensanguentado não parou de correr,
até ao momento que nada mais havia para torcer.
Secou a fonte, ficou a ira,
em mais um momento de imensa agonia.



"O caminho inclui o respeito por tudo o que é pequeno e subtil. Conhece sempre o momento de tomar atitudes necessárias."

in Manual do Guerreiro da Luz

03 outubro 2010

Troprecei

(Foto de Serenidade)



Tropecei no calhau que temia,
senti frio, como em nenhum outro dia,
o negro da noite cobriu-me com seu manto de dor,
quando poderia ser o mais agradável, o do amor.
Quando poderei voltar a cobrir-me com o doce manto,
sentir aconchego sem cair num pranto,
ter como parceiros as estrelas e a Lua,
não me transmutar, na claridade do dia, em emoções nuas.
Nuas e frias tal qual o deserto nocturno,
imagino que nem como o vagabundo.
Tropecei, caí, desperdicei dias na inquietação,
percebi que não queria ter a real visão,
a cegueira na falsa felicidade,
a visão seria a dor na realidade,
Mas afinal o que provocará dor?
A visão da crua verdade
ou a ausência de serena felicidade?
Permaneço anestesiada na vida,
vagueio entre as horas do enublado dia,
percorro a calçada que conhecia
pode ser que elas voltem a alegrar-se, tal como já sorriram.



"Quanto mais tempo viver sem estar numa relação, mais carente de intimidade se torna. Quanto mais carente de intimidade se tornar, mais vulnerável é ao tipo de pessoa que o pode levar a mergulhar de cabeça."

Terence T. Gorski

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