Reconstrução
A corrente sublimou o fluxo incansável das ondas,
não consegue voltar para trás, qual pessoas!
Fluem num só sentido, sem orientação plausível,
percorrem os trilhos num fluxo invisível!
A água salgada embate nos muros da saudade,
julgando ser detentora de racional vontade,
sem voltar atrás, arremessa o portão do coração,
alcança a véu da mente que é arrasado com emoção.
A corrente sublimou o fluxo que, por fim, estagnou,
quis ser o dono do meu fado, mas de certo que se enganou,
pretendeu envolver-me na teia infrutífera do passado,
como se viver o presente fosse um verdadeiro pecado!
Purifico a água corrente que percorre o meu corpo,
que, do que já se foi, quer sentir-se morto!
Arraso o vendaval que jaz na mente programada,
construo no agora uma renovada jornada.
As tempestades açoitaram-me alma,
mas, tudo se reconstrói com a devida calma!
não consegue voltar para trás, qual pessoas!
Fluem num só sentido, sem orientação plausível,
percorrem os trilhos num fluxo invisível!
A água salgada embate nos muros da saudade,
julgando ser detentora de racional vontade,
sem voltar atrás, arremessa o portão do coração,
alcança a véu da mente que é arrasado com emoção.
A corrente sublimou o fluxo que, por fim, estagnou,
quis ser o dono do meu fado, mas de certo que se enganou,
pretendeu envolver-me na teia infrutífera do passado,
como se viver o presente fosse um verdadeiro pecado!
Purifico a água corrente que percorre o meu corpo,
que, do que já se foi, quer sentir-se morto!
Arraso o vendaval que jaz na mente programada,
construo no agora uma renovada jornada.
As tempestades açoitaram-me alma,
mas, tudo se reconstrói com a devida calma!
"...Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa