Serenidade

Sensibilidade...

30 setembro 2011

Fado

(Foto de Serenidade)



Por vezes, a solidão é mais forte que a força de viver
sente, emociona-se, chora no próprio perecer
a dor, por vezes, impera no bem-estar mascarado
presencia-se o fado algo enfadado.
As palavras proferidas em vocábulos forçados
não são mais que meros espinhos, ao lado esquerdo, atirados
outras há, que vêm de mansinho
ornamentadas com bonitos lacinhos
são água límpida em pedra dura
empreendem a emboscada de atenuar a dor, com ternura.
Às vezes os olhos que vêem são mais cegos que a luz do dia,
miram o horizonte e não vêem o pesar contido na poesia
são palavras soltas ao vento acolhidas pela maresia
aconselhadas pela água salgada sem ousadia.
Por vezes, a sensação é mais forte que a força da razão
conduzindo o coração de sentir com violenta emoção.





"O segredo é não correr atrás das borboletas...É cuidar do jardim para que elas venham até você."

- Mario Quintana -




11 setembro 2011

Às vezes...



(Foto de Serenidade)



Às vezes é assim
a dor percorre cada célula de mim
a luz afasta-se do caminho
escurece até no nosso ninho.
Às vezes na rosa os espinhos avultam
a sua sublime beleza os véus ofuscam
sobressai o que sente o coração
um abrolho o aguilhoou, sem razão!
Às vezes o coração palpita de temor
ao invés de saltar pela boca por amor
emite rios que percorrem o meu rosto
uma torrencial atípica em Agosto!
Quis o tempo mostrar-me a dualidade
sentir da felicidade, saudade
desvendar que na vida há desamor
entre corações que se uniram com vigor.
Às vezes é assim
o riso dá lugar à agonia
o calor torna-se irreversivelmente frio
a água salgada é licor que acalma
permitindo uma limpeza profunda da alma.
Ás vezes é assim
outras há, que há sorrisos
ornamentados com laços e feitios
a tela fica repleta de cor
uma obra onde predomina o amor.
Quis a vida que na água salgada se soltasse o riso
uma comédia iniciada sem siso
as margens voltam a ser regadas com carinho
ornadas com bonitos ponteados de rosmaninho.


"A VIDA É COMO CAFÉ SEM AÇÚCAR, CADA UM ADOÇA AO SEU GOSTO....HÁ QUEM PREFIRA AMARGO"


06 setembro 2011

Abraço

(Foto de Serenidade)




Há um abraço incontido que deixei de abraçar,
quatro braços a, timidamente, se entrelaçar.
A voz tímida, míngua, afastou-te de perto de mim,
o zumbido do mar, a melodia de um querubim.
Quis dizer-te o quanto o teu abraço me estava a assustar,
o quanto meu corpo temia voltar a amar,
ah, como as minhas células alegraram-se pela proximidade das tuas,
sentia-me completamente nua,
despiste-me a armadura,
permitis-te que meu canastro vagueasse sem rumo.
Deixei as resistências caírem na areia,
um sorriso tímido se escapulir da teia,
o meu coração navegou com a força das marés,
a minha mente divagou de lés a lés.
Alimentei-me com os teus sentimentos,
o lado esquerdo enterneceu-se no momento.
Com o manjar finalizado,
e o abraço dado,
abeirou-se a altura dos teus lábios tocarem os meus,
e, sem resistência, os meus braços entrelaçarem-se nos teus.

"O desejo não é o que vês, mas aquilo que imaginas."
Paulo Coelho in Onze minutos



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