Serenidade

Sensibilidade...

06 novembro 2011

Anciã

(Foto de Serenidade)





Voo ao sabor do vento,
voo, permanecendo estática no tempo,
sinto o sabor da brisa que me acaricia o limbo,
que me afaga como uma mãe ao seu filho.
Sinto-te!
No calor dos raios de sol que acalentam a minha pele clara,
nos campos de trigo que o tempo mudara.
Foram colheitas abundantes de afectos,
condimentadas com carícias e o teu abraço terno.

Sinto a tua falta! Sinto-te ao meu lado!
Neste mar tempestuoso em mudança
entraste na minha carruagem
para me dares coragem.
Impulsionas o andamento nos dias cinzentos,
acompanhas a rápida corrida nos dias de alegria,
és o ar que respiro, o alimento que saboreio,
és a energia vital que premeio.

Às vezes sou cavalo selvagem,
sem nome, nem dono,
lusitana, rebelde,
contrario o meu fado neste amorfo Outono.



Qual o meu fado?
Um Inverno que teima em não terminar,
como rios que fluem na desordem do caminhar?!
Um Outono em constante renovação,
sem nunca ver o florescer do amor no outro coração?!
Há uma necessidade imensurável de manifestar a criatividade,
em todos e qualquer dia, mês ou estação do ano!
Será que a Primavera trará renovação,
no marasmo tempestuoso, deste humilde coração?!
Terás um prognóstico de bem-aventurança,
minha anciã, que me acompanhas desde criança?!
Serei bem-fadada com um Verão de colheita proveitosa,
um fado que se reinventa formoso?!






"Os dois maiores erros de uma estratégia são: agir antes da hora e deixar que a oportunidade passe ao largo."

in Crónica - Aceitando os desafios



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