Saudade
(Foto de Serenidade)
Apetece-me dizer-te o quanto tenho saudades de ti,
dos tempos em que
rapidamente as letras se uniam em palavras e estas em frases ou versos.
Com, ou
sem, nexo aos olhos dos que te liam,
eram, para mim uma fonte de tranquilidade
e de conforto.
Sim, tenho saudades dos tempos em que dormia a escrever-te,
a
dizer-te o quanto a dor e a alegria, eram importantes para mim e para ti…
Lembro dos tempos em que partilhava contigo tudo o que doía,
o que me alegrava,
o que causava êxtase, os medos, as ansiedades e
todos as emoções que um comum
mortal exala a cada inspiração, a cada expiração….
Que saudade deste bater de teclas acelerado,
a tal ponto que as letras
atropelam-se de tanto quererem ser expressas;
deste coração que quase sai pela
boca pela ânsia de dizer o que vai lá dentro e
que tem ficado fechado a sete
chaves…
sem querer sair?
Com medo de sair?
Pela incompreensão?
Ou pelo medo da
constatação???
Que saudades eu tenho deste rosto que sorri,
da vida que há em mim e
que tanto quer estar em ti!
Será um recomeço?
Vamos voltar a enamorarmo-nos?
Posso voltar a
cativar-te?